Eu Me Apaixonei pelo Sorriso daquela Moça
- Mel
- 6 de ago. de 2018
- 2 min de leitura
Não sei se é saudade ou o medo de que não aconteça novamente, talvez o leve efeito do álcool tenha ajudado à imaginação aflorar naquela noite. Eu só sei que me apaixonei pelo olhar e sorriso daquela moça. Tudo bem, talvez eu esteja apaixonada pela lembrança que aquela cena me despertou. Vou começar devagarinho para você entender, eu vou começar do início.
Era noite de sexta, eu estava sem um tostão no bolso, mas por um acaso uma amiga me chamou para tomar uma gelada bem naquele bar em frente ao mercado central e, só por ter aquela vista instantaneamente veio à minha cabeça lembranças, lembranças que talvez você saiba quais são. Mas tudo bem, sentamos, bebemos, conversamos e na hora de ir embora cada uma seguiu seu caminho. Subi a avenida Augusto de Lima com calma, sem pressa de ir pra casa, parei na pizza da esquina com a rua espírito santo - local que indico para todos, mas não adianta tentar se lembrar. Eu não te levei lá, aliás é mais um dos muitos lugares que deveria ter te levado - mas enfim, sentei e comi duas fatias de pizza. Depois de um tempinho, fui direto para o ponto e por sorte ou azar o ônibus não demorou. Mal sabia que aquele seria o ônibus que intensificaria ainda mais as minhas lembranças, ou na verdade, os meus medos.
Bom, eu vou tentar ir direto ao ponto, mesmo porque não sei até quando eu vou conseguir escrever hoje. Então, vamos lá! Entrei na linha 8102, sentei na frente e por obra do universo eu olhei pra trás. Lá estava ela, trocando mensagens com alguém pelo telefone, sorrindo sozinha e olhando para além da janela. Olhar cada sorriso sendo formado era viciante e por isso eu fiquei a viagem inteira virando o meu pescoço para trás. Você acredita que os olhos dela brilhavam e ela chegava a falar sozinha? Na verdade, acredito que era com ela mesma naquela situação. Foi aí que me apaixonei de vez, ver aquela sensação de felicidade, alegria e talvez algo a mais nascendo ali, me lembrou uma certa menina que fui a ser. A menina que sorria, que os olhos brilhavam e que falava muito com ela mesma também. As duas juntas poderiam formar um clubinho! Mas confesso hoje que a menina que existiu assim, apesar de querer voltar, ela está machucada e com medo. E também tem uma maluquice nisso tudo, eu não sei se eu quero sentir essa alegria novamente, ou se na verdade. eu quero o motivo que causou a alegria. É confuso, eu sei! Mas o que esperar de uma menina que conversa com ela mesma, não é?
Então é isso, eu observei e me apaixonei pelo olhar e sorriso daquela moça. Eu espero que um dia o meu motivo se fortaleça cada vez mais e eu volte a sorrir com os lábios e com os olhos, sem medo. E mais, que o motivo da moça nunca desapareça! Naquela sexta à noite soube que não sou a única. Quem sabe, não formamos um clubinho daqui um tempo. Desejo toda a felicidade do mundo para ela e o mais importante, que ela permaneça. A minha parada chegou, eu desci e pensei vou escrever sobre isso. E aqui estou eu.

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