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Os Viadutos e suas Histórias

  • Ked Maria
  • 30 de jul. de 2018
  • 2 min de leitura

O centro de Belo Horizonte pulsa familiaridade.


O Viaduto Santa Tereza com toda certeza seria o Tio Antônio . Nome antigo, com espírito jovem, cheio de tatuagens e sempre querendo provar das melhores cervejas, mas não dispensa um Corote. Em casa ouve um pagode, e aos finais de semana o que manda é o rap, não é de dar biscoito e chama na responsa todo moleque que pisa na bola. Acho que é a idade que fez ele assim, despojado, gente boa, estiloso. Só de olhar para ele você vai perceber que chega uma hora que se vive tanto, mais tanto, que entendemos como a vida pode ser curta demais para importar com algumas chatices.


Já o Viaduto do Floresta é a cara da Tia Cristina. Religiosa, conservadora, rígida. Com ela não tem “mas”, tem “pra dentro agora”. Sem brincadeiras, sem sorrisos, puro estresse e regras. Briga com a criançada na rua, vive xingando baixinho, o mal humor reina da casa dela. Não creio que ela seja triste, acho que com o tempo ela parou de sonhar, ficou cinza, dura, procurando na igreja algo que supra o vazio, buscando um fôlego que a faça andar com a cabeça erguida. apesar de falar muito em esperança, sinto que isso é o que mais falta no ar que ela exala.


No meio deles tem a Rua Sapucaí, como o típico almoço na casa da Vó Aparecida no domingo. Todas as janelas abertas, o sol iluminando cada cantinho e as pessoas amontoadas na cozinha. O que não falta é comida e a competição das vozes para contar os causos semanais. Um momento de ligação, de afetividade, de abraços. Alguns tios só passam, outros vão só para beber, os mais novos preferem as fotos.


Créditos Karine Pires


 
 
 

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