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Naus Plexippus

  • Tiago Rodrigues
  • 23 de mai. de 2018
  • 2 min de leitura

Bom, eu estava lá o tempo todo, mesmo assim fui capaz de chegar atrasado. Sempre fui de falar demais, porém faltou-lhe dizer o que realmente era importante: a realidade.

Agora vejo que o tempo, antes um aliado, mostrou-se mais um inimigo. Fui apunhalado pela minha confiança nos ponteiros. Na verdade, tive todo o tempo nas mãos e deixei-o escorrer por entre os dedos, no precipício da vaidade, do egoísmo e da cegueira.

Hoje, percebo o quanto a felicidade esteve perto. Ao meu lado. Pude tocá-la. Mas, não a agarrei com todas as minhas forças. Um tolo. Ela se foi. Meu narcisismo não me deixou perceber.

Tempo que não volta atrás. Naus Plexippus*, não volta mais. O jardim já não existe. Sobraram espinhos que impedem que se aproximem de sua alma. Protegem-na.

Em toda parte, ao redor do espinheiro, apenas terra seca. Pedras pesadas e frias guardam com seu peso lembranças que já existiram. Esmagadas pela dor, não fazem mais sentido, mas fazem sentir.

A indiferença chegou e trouxe a escuridão. A lua cheia não existe mais. O abraço agora é solidão. Este silêncio fere a pele feito alfinete. Desperta a recordação de tempos aprazíveis.

Mas o sol aparece, aquece o resto, o rosto. A sobra, o fim.

O que é o fim? Talvez um término, ou outros afirmem ser um recomeço. Um vício, seria... Pode ser.

Sendo assim, percebo que o fim é a dor para alguns e a sobrevivência no caos, para outros. Como do carvão faz-se diamante, espero ser capaz de lapidar essa dor bruta e voltar a ser um (di)amante. Amar de agora em diante.

Hoje, está claro que a dúvida daquela primeira noite fez com que a coragem prevalecesse, você ofertou sua mão e confiou no desconhecido.

Então, talvez tenha sido a dúvida que nos fez ir tão longe. Quando a certeza chegou, você se foi... Minhas mãos estão aqui, caso volte.

*Naus Plexippus: Espécie de Borboleta

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